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PF entrega bitcoins da Unick Forex à Justiça para vítimas

A Polícia Federal (PF) anunciou na terça-feira (28) que entregou aproximadamente 1.600 bitcoins à Vara de Falências de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Esse montante será usado para compensar as vítimas da Unick Forex, uma das maiores pirâmides financeiras desmanteladas no Brasil.

Esses bitcoins foram apreendidos durante a Operação Lamanai, que aconteceu em 2019. Desde então, eles estavam sob a custódia da PF. Com a cotação atual da criptomoeda, esse valor gira em torno de R$ 1 bilhão. Vale lembrar que a Unick Forex era liderada por Leidimar Bernardo Lopes, que prometia altos retornos com investimentos em criptomoedas e mercado financeiro, mas seguia um esquema clássico de pirâmide, onde os ganhos dos investidores mais antigos eram pagos com o dinheiro de novos entrantes.

A transferência dos bitcoins foi finalizada na última sexta-feira (24). Foi um processo que envolveu várias etapas técnicas e legais, com a participação de agentes federais, advogados e representantes da Justiça. Agora, a Justiça ficará responsável por esclarecer como esses valores serão destinados aos credores e vítimas do golpe, que somam milhares de pessoas em todo o país.

A PF também ressaltou que não apenas coletou provas para a ação penal contra os responsáveis, mas também teve um papel fundamental na recuperação dos ativos. Isso aumenta as chances de que os investidores que foram enganados consigam recuperar parte do que perderam.

Pirâmide Unick Forex

A Unick Forex foi acusada de captar até R$ 29 bilhões de cerca de 1,5 milhão de pessoas. Durante a Operação Lamanai, a PF apreendeu 1.500 bitcoins, além de milhões em reais, veículos e imóveis.

Desde 2018, a Unick Forex já estava proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de operar no mercado, mas continuou suas atividades sob a alegação de oferecer produtos educacionais. Com o tempo, esse esquema foi rebatizado como Unick Academy e a busca por novos clientes só aumentou. Até meados de 2019, a empresa conseguia realizar pagamentos, mas isso só era possível porque os novos investidores financiavam os antigos — um sinal claro de pirâmide.

Prometendo lucros de 100% sobre o valor investido em até seis meses, estima-se que a empresa tenha atraído ilegalmente cerca de um milhão de pessoas antes de ser alvo da PF. Além das investigações sobre os prejuízos bilionários, os líderes da Unick também enfrentam um processo na Justiça federal que investiga uma movimentação de R$ 269 milhões através de empresas de fachada para lavagem de dinheiro.

Unick 2.0

Neste ano, surgiu a notícia de que o nome Unick estava sendo utilizado novamente, aparentemente para um novo esquema fraudulento, agora chamado de Unick 2.0. Essa nova “empresa” começou a aparecer em chats de aplicativos de mensagens, se apresentando como uma continuidade da Unick Forex.

O portal recebeu denúncias de clientes lesados pela Unick Forex, relatando que os mesmos padrões típicos de pirâmide estavam presentes nessa nova proposta. Leidimar Lopes se defendeu, negando qualquer envolvimento com o projeto Unick 2.0. Segundo ele, sua imagem está sendo usada de forma criminosa e ele não deu permissão para isso.

Essas situações refletem a importância de ficar alerta e fazer uma análise criteriosa antes de investir em qualquer proposta que promete retornos muito acima da média. Informações e orientações como essas são essenciais para evitar armadilhas financeiras e proteger o seu bolso.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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